quinta-feira, agosto 07, 2025

Thomas Morus: O Criador da Utopia

 Quando falamos em imaginar sociedades melhores, mais justas e organizadas, um dos nomes que se destaca é o de Thomas Morus (1478–1535). Filósofo, jurista, escritor e político inglês, Morus é considerado o pai do conceito moderno de “utopia”, uma palavra que ele próprio criou.

Quem foi Thomas Morus?

Thomas Morus nasceu em Londres, na Inglaterra, em uma família de classe média alta. Teve uma excelente formação, estudando Direito e Filosofia. Chegou a ser Chanceler do Reino, o cargo mais alto depois do rei, durante o governo de Henrique VIII.

Além de pensador, foi um homem profundamente ligado à sua fé católica e aos princípios éticos, o que, mais tarde, acabaria custando sua própria vida.

Sua principal obra: Utopia

Em 1516, Thomas Morus publicou sua obra mais famosa, chamada Utopia. Nela, ele descreve uma sociedade fictícia, localizada em uma ilha imaginária, onde tudo funciona de maneira harmônica, justa e equilibrada.

A palavra “utopia” vem do grego e significa “lugar que não existe” (ou-topos), mas também pode soar como “bom lugar” (eu-topos). Essa ambiguidade é proposital, pois a obra mistura crítica social com reflexão sobre os desafios de construir uma sociedade ideal.

As principais ideias de Thomas Morus

🏝️ A sociedade ideal

Na ilha de Utopia, Morus descreve uma sociedade onde:

  • Não há propriedade privada; tudo é compartilhado.

  • O trabalho é dividido de forma justa, e todos trabalham algumas horas por dia, tendo tempo livre para estudar, refletir e descansar.

  • Não existe pobreza nem desigualdade extrema.

  • A educação é valorizada e acessível a todos.

  • As decisões são tomadas de forma coletiva, buscando sempre o bem comum.

⚖️ Crítica à sociedade europeia

Ao descrever Utopia, Morus faz, na verdade, uma crítica indireta à sociedade europeia de sua época, marcada por:

  • Desigualdade social brutal;

  • Concentração de terras e riquezas nas mãos de poucos;

  • Guerras, exploração e miséria;

  • Corrupção política e religiosa.

✍️ Religião, ética e tolerância

Embora profundamente católico, Morus defende, em Utopia, a ideia de tolerância religiosa, algo bastante avançado para o século XVI. Para ele, as diferenças de crença não deveriam ser motivo para conflitos, desde que todos respeitassem os princípios de convivência e ética.

Conflito com o Rei e morte

Thomas Morus foi executado em 1535, acusado de traição, por se recusar a aceitar o rompimento do rei Henrique VIII com a Igreja Católica, quando o rei criou a Igreja Anglicana para poder se divorciar e casar novamente. Morus se manteve fiel aos seus princípios e preferiu morrer a trair sua consciência e sua fé.

Ele foi posteriormente reconhecido pela Igreja Católica como santo e mártir da consciência.

Por que Thomas Morus é importante até hoje?

A obra de Thomas Morus inspirou gerações de pensadores, políticos e movimentos sociais que sonharam (e ainda sonham) com uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna.

O conceito de utopia segue sendo usado até hoje tanto na filosofia quanto na sociologia, na política, na literatura e até nos debates sobre desenvolvimento sustentável e justiça social.

Sua vida também nos ensina sobre a importância de defender a própria consciência, os valores e a ética, mesmo quando isso significa enfrentar o poder ou a maioria.


🌟 Curiosidade

A palavra “utopia” se popularizou tanto que, hoje, usamos ela no cotidiano para falar de qualquer ideia que parece impossível, ideal demais ou fora da realidade. Mas, para Morus, a utopia não era impossível — era um convite para refletirmos sobre como podemos construir um mundo melhor.

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